16 de maio de 2011

À espera de reforços para reconstruir o 4-2-3-1

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(Foto: Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM)

Após a derrota na final do Campeonato Paulista, frente o Santos, torcedores e mídia trataram de correr atrás de explicações para a derrota corinthiana. Muros amanheceram pixados, estampando o nome de possíveis culpados. Como não poderia deixar de faltar, o nome do técnico, lá estava, com todos os caracteres, a frase clássica: "Fora Técnico", no caso, "Fora Tite!".

Não acredito na culpa de apenas uma pessoa, e acho até que, Tite, pouco tem a ver com a derrota corinthiana.

Para tentar isentar o comandande de culpa, voltarei um pouco no tempo e lembrarei da chegada de Mano Menezes ao time. Após uma ótima campanha no Grêmio, o técnico chegou ao Corinthians com a missão de montar a base que conseguiria o acesso e tentaria as façanhas no ano do Centenário.

Em um ano, a base do time, que perduraria até hoje, ficou pronta. Com o título da Série B e o vice-campeonato da Copa do Brasil, o Corinthians veio forte para tentar a vaga na Libertadores no ano tão esperado. No auge do trabalho de Mano no time, o título incontestável, Campeão da Copa do Brasil, em 2009, arrasando todos os adversários que cruzaram seu caminho.

Esse time, montado por Mano, tinha o 4-2-3-1, até então novo no Brasil, como sistema de jogo. O mesmo esquema o qual o técnico obteve êxito no Grêmio, vice-campeão da Libertadores em 2007. O sistema que obrigava um jogo intenso sem bola, e explorava as qualidades de seus principais jogadores vingou também no Corinthians, e passou a ser regra no Parque São Jorge.

A saída de Mano e o natural êxodo dos principais jogadores da equipe para o exterior enfraqueceram o sistema consagrado. Adilson Batista e Tite, tentaram alterá-lo, mas enfrentaram dificuldades, o último e atual técnico, teve que voltar a jogar nos moldes do 4-2-3-1, porém sem as peças necessárias, foi eliminado na Pré-Libertadores, não apresentando um futebol convincente em nenhuma partida do ano, ainda assim sendo vice-campeão paulista.

A grande chave para essa questão está na movimentação ofensiva dos homens de trás. As investidas de Elias e André Santos eram constantes. Os adversários de frente nem sempre acompanhavam-os, provocando uma grande alteração na estrutura defensiva da equipe adversária, tornando mais fáceis as vidas de Dentinho, Jorge Henrique e até Ronaldo. Hoje, os substitutos destes jogadores não têm a mesma característica, importância e qualidade do que seus antecessores, dificultando o jogo com bola de seus homens de frente.

Contra times bem postados, como o Santos, dos dois jogos da final, Bruno César, Dentinho e Jorge Henrique têm pouco espaço, e consequentemente Liédson tem poucas oportunidades, pois os homens de trás não provocam mais as mesmas alterações nos adversários.

(Foto: Ag. Estado)

Mantendo a filosofia de trabalho de Mano, a diretoria deverá arcar com a vinda de reforços para o Brasileirão. Pelo menos um volante, um meia e um lateral esquerdo, para que o sistema volte a ser eficiente. Caso a direção, novamente, demore para se movimentar no mercado, Tite deverá adotar um novo sistema de jogo para sua equipe.


Guilherme Carinhato
Equipe TAKTIKUS


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