11 de julho de 2011

FEMININO - BRASIL 2 x 2 Estados Unidos (3 x 5) - uma derrota difícil de acreditar

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Foto: Agência Reuters

Era uma partida aguardada por todos. A forte e organizada equipe norte-americana contra a genialidade da Seleção Brasileira. Mais do que apenas um simples jogo válido pelas quartas-de-final da Copa do Mundo, o duelo representava a oportunidade do Brasil vencer o carrasco que já o havia eliminado de um Mundial e que conquistara as últimas duas edições dos Jogos Olímpicos em final justamente contra nossa equipe canarinho.
E de novo, perdemos. Dessa vez, de forma inacreditável!

Tendo como pauta o estudo do cenário tático, característico de nosso site, não pretendo aprofundar a discussão em erros individuais de uma ou outra jogadora. Apenas é importante dizer que, sem dúvida alguma, iniciar o jogo já atrás do placar desestrutura qualquer preparação psicológica desenvolvida pelo treinador.

(clique na imagem para ampliá-la)
Taticamente, a equipe brasileira veio à campo com o habitual 3-4-3, também utilizado nas partidas anteriores. No trio defensivo, Aline Pellegrino e Érika eram as encarregadas de marcar individual, enquanto Daiane fazia a sobra. Nas laterais do campo, o treinador Kleiton Lima optou por alas invertidas, com Maurine atuando pelo lado esquerdo e Fabiana pelo lado direito. Ester e Formiga eram as volantes da equipe. No ataque, Rosana, um pouco mais recuada, era a encarregada de auxiliar na armação de jogadas, enquanto Marta e Cristiane se movimentavam bastante e alternavam o lado do campo em busca de espaço.

A treinadora norte-americana optou pelo bem-estruturado e organizado 4-4-2 em linha como sistema de jogo. Ofensivamente, os Estados Unidos atacou em ótima amplitude, fazendo uso dos avanços das wingers Cheney e O'Really para atacar o espaço deixado pelos avanços das alas brasileiras. Mais do que isso, a equipe jogou de forma coletiva, sem ter o brilho individual de uma ou outra atleta. Defensivamente, o pragmatismo norte-americano impressionou. Sem bola, as duas linhas defensivas eram recuadas, com as jogadoras o tempo todo dobrando a marcação encima das jogadoras brasileiras.

O que se viu em campo foi uma Seleção Brasileira taticamente desorganizada, apresentando pouca coletividade e dependente de lançamentos longos e ações individuais de Marta e companhia. O 1° gol brasileiro, inclusive, foi resultado de um passe longo de Rosana para jogada genial de Marta, que sofreu o pênalti, causou a expulsão da zagueira Buehler, e empatou o placar.

Apesar de estar com uma jogadora a mais, as atacantes da equipe brasileira prendiam de mais a bola e não faziam uso de trocas de passe para desestruturar a defesa norte-americana. Foi somente na prorrogação, após ótima tabela da zagueira Érika e Maurine, que o Brasil conseguiu virar o placar.
Jogo ganho? Não!

Nos acréscimos do 2° tempo da prorrogação, Wambach recebe cruzamento e cabeceia a bola para o fundo da rede. Falha individual e coletiva do sistema defensivo brasileiro. Érika, Aline, Daiana e Renata Costa. Todas marcaram somente a bola, e deixaram a norte-americana livre para finalizar. Como consequência, a goleira Andréia foi obrigada a tentar interromper a trajetória da bola, o que não conseguiu, deixando o gol aberto para o cabeceio da adversária. Confira você mesmo:

(clique na imagem para ampliá-la)
Nos pênaltis, 5 x 3 para os Estados Unidos. Uma derrota amarga, porém justa, e que dificilmente será esquecida por nós, amantes do Futebol Feminino.

Confira os gols, explicados acima, aqui!



Rodrigo Coelho
Equipe TAKTIKUS
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2 comentários:

  1. Achei um absurdo a jogadora do Brasil não ter feito a falta no meio campo! Mataria a jogada e não teríamos sofrido o gol na sequência. Mas o cruzamento e o cabeceio das americanas foram perfeitos..

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  2. Realmente, faltou malícia por parte das brasileiras nesse último lance da partida!
    Mais até do que a falta, na minha opinião, a equipe deveria ter se fechado totalmente, com todas as atletas atrás da linha da bola...
    Dessa forma, mesmo com a Cristiane perdendo a posse lá na frente, a equipe já estaria estruturada e não teria sido pega no contra-golpe!

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