30 de maio de 2011

Barcelona - como pará-lo?

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Disposição das Equipes em Wembley

Como já vem sendo frequente, mais uma vez, o Barcelona deixa o mundo boquiaberto. A equipe escreve a história e reinventa o futebol total, ofensivo, produtivo, brilhante!

Messi, aos 23 anos, ganha dimensões de mais que gênio, mais que craque. Até onde o argentino chegará? Tomará o lugar de Maradona? Chegará perto de Pelé? Xavi e Iniesta são daqueles que, no futuro, nós lembraremos e diremos que não existem mais meias como esses.

Além dessas questões, a que ficou mais latente em minha cabeça foi: como vencer esse Barcelona, em uma decisão tão importante?

Pensei em duas possíveis respostas. A primeira seria jogar como o Barça! Marcação pressão alta, durante todo o jogo, impedindo que Messi e seus companheiros tivessem a bola (A consequência disso seria um intenso 5 x 5). Ficar com a posse de bola, para não dar a bola para o adversário.

Infelizmente, hoje, no mundo, não temos jogadores capazes de formar um grupo que jogue como o Barça, no nível do Barça. Isso acontece porque as canteras do time catalão formam jogadores para o sistema de jogo da equipe, desde criança há o estímulo de jogo coletivo e ofensivo. O que as outras equipes ainda não fazem, não formam.

A segunda possível solução seria o contrário. Aceitar a superioridade técnica e coletiva do Barcelona e preparar a equipe para jogar sem a bola, do começo ao fim do jogo.

Assim como foi verificado em algumas partidas nas últimas temporadas, as duas linhas de 4, agrupadas e próximas, com um posicionamento baixo, foram empecilhos para o futebol catalão. Mourinho usou dessa estratégia, assim como o Arsenal, nos "quase sucessos" sobre o time de Messi.

O Manchester também foi a campo desse jeito, e com uma estratégia a mais. Rooney tirava a linha de passe de Busquets, praticamente excluindo o volante da troca de passes do Barcelona. Porém a equipe deixava Messi flutuar ás costas dos meias mais internos da linha (Giggs e Carrick). Com isso, o argentino fazia quebras ofensivas, facilitando o trabalho de Xavi e Iniesta, comprometendo a tática do time inglês.

Uma possível saída para a equipe de Fergurson, seria a utilização de um cabeça-de-área entre as duas linhas. Ele dificultaria as movimentações de Messi, impedindo que o craque recebesse passes tão facilmente. A linha do meio seria mantida, com Rooney recuando para congestionar o meio, dificultando o trabalho de Xavi e Iniesta. Com isso, Chicharito também teria que jogar sem a bola, fazendo o trabalho de Rooney, marcando a linha de passe de Busquets.

Uma alternativa para TENTAR parar o Barcelona

Essa é uma opção, que TEORICAMENTE, dificultaria o jogo maravilhoso do Barcelona. Deveria ser trabalhado durante toda a preparação da equipe para a partida, juntamente com movimentações com bola, com enfoque em transições, aproximação de Rooney e Chicarito e ultrapassagens dos wingers.

Essa análise foi parte de uma intensa reflexão, dentro da realidade do futebol mundial. Mas e você, como tentaria parar o Barcelona? Comente, explique, argumente...!!!

Guilherme Carinhato
Equipe TAKTIKUS
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10 comentários:

  1. Para mim , o melhor jeito de parar o barcelona é explorando o que eles mais prezam: A posse de bola. O barcelona Há 3 anos ( desde que guardiola assumiu ) não acaba um jogo com menos posse que o adversário .. Acho que o segredo seria jogar num estilo Argentino de futebol, marcando muito em cima, catimbando, marcando muito forte individualmente xavi e iniesta e sem fazer linha de impedimento jogando compacto de maneira que villa e pedro não infiltrem nas costas dos zagueiros.. Uma vez com a bola, toque e me voy , rodar, rodar, gastar a paciencia dos catalãos explorando principalmente o volante busquets, e a lateral direita, que são fracas. O Estudiantes no mundial, ganhou o primeiro tempo assim, com verón armando às costas dos volantes, marcando muito forte e não dando espaços ao barça. Aí no segundo tempo o preparo físico não aguentou e tomaram a virada na prorrogação, mas por pouco..
    é jogar com espirito de argentino, que nem se joga para ganhar do santos, apavorando, irritando, tirando-os da zona de conforto, porque se assistir eles jogarem, danou-se.

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  2. Ótima reflexão, Guilherme. O 4-1-4-1 parece uma alternativa mais interessante. Só que os wingers, o atacante único e ao menos um dos meias precisam ser velozes na transição ofensiva para que os ataques sejam extremamente objetivos quando a equipe tiver a bola (ou seja, de 35% a 40% do tempo). Abraços à equipe TAKTIKUS e parabéns pelo trabalho.

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  3. Como meu comentário sobre como parar o Barça é um exagerademente grande, decidi, separar em duas partes.

    Parte 1: Cara, penso eu que para poder parar esse Barça, poderíamos voltar um pouco no tempo. Para bloquear esse time, o adversário do time catalão, disposto a pará-lo de verdade é fazer como fez a Internazionale naquele jogo no Giuseppe Meazza, um 3x1 para os nerazzurros.

    O que foi feito pelo time italiano? Bom, o time montado por Mourinho, se adaptou ao esquema utilizado por Guardiola naquele jogo, um 4-2-3-1. Ele encaixou a marcação nos principais jogadores catalães. Bloqueou Messi, Xavi e Dani Alves. Além dessa encaixe, teve outro ponto importantíssimo para que o time não apenas se preocupar em não tomar gol, mas ele teria que fazer gols também! E esse ponto foi abordado pelo nosso querido André Rocha, do Olho Tático. Transição ofensiva veloz e objetiva. Como o Barça adianta a marcação, deixa muitos espaços para um contra-ataque bem armado e veloz. E foi justamente isso que Mourinho montou. Tanto é que os gols saíram assim.

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  4. Parte 2: Mas para que isso ocorra, precisa de MUITO treino tático! Um treinador com visão tática e técnica. E um grupo motivado e disposto a parar o Barça, disposto a se entregar em campo, para sair com a vitória.

    Bom, essa foi a minha suposta opinião para parar o melhor time do mundo (Barça é claro!), a melhor dupla de meias do mundo (Xavi e Iniesta) e o maior jogador (se é que podemos chamá-lo de jogador) de futebol atual (Messi).

    Grande abraço! Sucesso à equipe TAKTIKUS, que sempre se superam à cada post!

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  5. Guilherme Carinhato31 de maio de 2011 às 09:26

    Concordo com os 3.

    Aliando a marcação nesse possível 4-1-4-1, as ações com bola seriam imprescindíveis. Os Wingers teriam de ser velozes, e o meio rápido na aproximação do único atacante, tudo isso conseguido com muito treino tático e situacional, assim como Mourinho faz.

    Como o Arthur disse, a equipe teria de se entregar ao jogo e estar totalmente motivada. Eu acrescentaria que mais do que motivada (se é que uma equipe não entra motivada no campo pra enfrentar o barça), ela deveria acreditar na vitória frente ao adversário.

    Isso vai de encontro com o que o Heitor comentou. A equipe teria de jogar "como Argentinos" (com marcação muito forte) para ter algum sucesso. Aliás, muito bem lembrado por ele o jogo contra o Estudiantes.

    Grande Abraço! Continuem expondo as suas opiniões!

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  6. Antes de mais, dado que é a minha primeira visita, não poderia deixar de dar os parabéns pelo blog e pela qualidade do conteúdo. Sou português e adepto do FC Porto e naturalmente que, além de estar feliz pela sensacional temporada que fizemos, estou também expectante para o jogo da supercopa europeia entre os dois. Como deve saber o Porto também é uma equipa de posse (média de 60% no jogo)e que joga em 4x3x3. Além dos elogios que ambos os treinadores trocaram (que acho que foi mais mind games que outra coisa embora admita admiração e traços comuns) houve quem comparasse o Porto de Villas Boas ao Barça de Guardiola. Para mim embora existam similaridades táticas é impossivel comparar porque os jogadores são diferentes e o barça está noutra galáxia. Ora bem como parar este barça? Na prespectiva do FC Porto tentaria acima de tudo tapar ou queimar as linhas de passe que são a fonte de alimentação da equipa para isso teria de ter superioridade no meio campo com mais um médio. Em suma um duplo pivot (um marcando cerrado Messi)libertando o outro para compensar os defesas centrais. Mais dois médios interiores fortes na recuperação sendo o interior direito atento às subidas do Daniel Alves. Tirando a posse ao Barça nos momentos iniciais de construção. Pelo ângulo do Porto teria de mudar então a filosofia tática do jogo do 4x3x3 para 4x2x2x2 com o onze inicial assim: Helton; Rolando, Otamendi, Álvaro Pereira e Fucile (marca melhor... Sapunaru é melhor no jogo aéreo)Fernando a pivot defensivo apoio aos centrais e Souza segundo pivot mais recuado que os médios interiores Moutinho (muito bom a recuperar bola e Ruben Micael mais solto procurando jogo de transição rápida para o ataque (bom no passe de rutura) para Hulk que alternaria entre flancos e no centro Falcão que como pivot atacante pode municiar flancos para diagonais de Hulk ou entradas de médios. Esta seria a minha solução para O FC Porto que como viram teria de impedir a posse e atacar em transições rápidas. Se for assim creio que teremos uma hipotese mas seria um pobre jogo se o Porto mantiver a sua filosofia quase idêntica ao Barça então será um grande jogo onde espero não ser goleado. Mais um vez parabéns e comentem pf esta minha análise. Um grande abraço de Portugal

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  7. Gostaria de agradecer os comentários de todos, e principalmente agredecer meus amigos e parceiros Guilherme Carinhato e Fernando Graças por estarem fazendo esse blog dar certo!
    Peço desculpas à todos os leitores, pois ultimamente tendo tido pouquissimo tempo para auxiliar na manutenção do site... Aos poucos, espero poder voltar e ajudar no crescimento desse projeto!

    Quanto à possivel solução de parar o Barcelona, penso que 1° devemos entender como funciona o padrão de jogo da equipe espanhola...

    Vejamos: sem a posse de bola, a equipe catalã objetiva recuperá-la de forma imediata, pressionando o adversário já no meio-campo ofensivo. Uma vez recuperada, a transição ofensiva é feita de forma estruturada, com progressão por meio de troca de passes e a utilização dos corredores do campo.
    (continua no próximo comentário)

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  8. Concordando com MFA, me agrada a ideia de um meio-campo com 4 jogadores, porém estruturaria meu Sistema de Jogo em um 4-3-1-2, com um volante marcando de forma individual Messi (como fez Pepe), outros dois meio-campistas recuados auxiliando na dobra defensiva tanto no Messi, quanto nos dois alas Pedro e Villa, e dois atacantes rápidos e bastante abertos, com o objetivo de utilizar o espaço nas costas dos laterais e ter o espaço necessário para infiltrações em diagonal pelo meio-campo.
    (VEJA AQUI - http://img716.imageshack.us/img716/4708/comopararobarcelona.jpg)

    Defensivamente, um meio-campo compacto dificultaria a progressão estruturada por meio de troca de passes. Mais do que isso, na transição defensiva, seria necessário o ataque imediato à bola, assim como faz o time espanhol, buscando a retomada de sua posse já no campo defensivo do Barcelona. Só assim, a equipe catalã perderia sua "zona de conforto", tendo as linhas de passe curto impossibilitadas e sendo necessário a utilização de passes longos (perda do padrão de jogo).

    Ofensivamente, a transição ofensiva teria que ser feita de forma muito rápida, fazendo uso de passes em direção aos corredores laterais do campo ou lançamentos em diagonal buscando as costas da defesa.

    Bom, essa é minha opinião...
    Muito obrigado pelos comentários de todos!
    Considero essa discussão fundamental, ainda mais com opiniões tão conscicentes e bem estruturadas!
    Grande abraço!

    Rodrigo Coelho
    Equipe TAKTIKUS

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  9. Bom, todas as opiniões aqui postadas estão no caminho do que penso. Uma linha de quatro atrás, um volante colado no Messi (como fez Pepe até ser expulso, bem lembrado pelo Coelho- vale lembrar que Messi só fez 2 gols contra o Real depois da expulsão de Pepe), uma linha de 4 marcando forte na linha do meio de campo, impedindo principalmente a transição lateral da bola (o que faz o adversário correr muito) e um atacante rápido, além de um "winger" (de preferência o direito, enquanto o esquerdo vigia a saída do Dani Alves) prontos para o contra-ataque fulminante (como são os do Coritiba nesse ano). Destaco que duas linhas de quatro demasiadamente recuadas deixam o meio livre para o Barça tocar a bola do jeito que gosta até achar um espaço para infiltração. As melhores atuações do Real (Copa do Rei e primeiro tempo do primeiro jogo da UCL) foram com marcação alta, sendo que quando recuaram foram derrotados. O mesmo aconteceu com o Manchester: começou marcando em linha alta, dificultando a transição do Barça, mas quando recuou deixou o Barça a vontade.

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  10. Olá. De fato creio que estamos a chegar a uma solução. Salvaguardando que cada jogo e cada equipa adversária será sempre objeto de estudo também de Guardiola. Concordo com o Rodrigo e o Pedro. É fundamental a transição ofensiva (passar rapidamente todas as fases do processo de construção) ter dois alas ou wingers muito fortes na velocidade e aproveitando o adiantamento ofensivo do Dani Alves e o fato do Mascherano não ser um central de raiz. Quanto ao pivot defensivo ou volante marcar Messi é fundamental (Mourinho quase conseguia mas creio que o Pepe não seria o jogador ideal para essa função. Apesar de ser forte na marcação por vezes tem mau tempo de entrada e "bate duro" compensa pela rapidez, aliás chegou a jogar como libero no FC Porto quando tivemos o holandês Co Adriannse como treinador - 3x4x3 típica escola holandesa - no entanto Queiroz utilizava Pepe na mesma função de medio defensivo e como viram não teve grande sucesso) Mas... me perdoem e gostaria que comentassem dado que será o próximo trofeu que o barça disputará e neste caso contra o meu clube, a minha dúvida/questão. Para utilizar este sistema que discutimos... 1.º Como encaixar Falcão? Dado que nas alas temos Hulk (inevitável) e James Rodriguez, Varela ou Cristian Rodriguez (se este não for para a proposta milionária do Rubin Kazan (?)... não será desperdício de poder de fogo até porque Falcão tem sido considerado um dos melhores avançados centro da Europa e tem médias incríveis de concretização? É um dilema se bem que Falcão não é estático, procura bola e está muitas vezes envolvido no processo de posse e troca de bola na procura de espaços entre linhas.
    E sim... tambem concordo que como dizia um velho treinador "Bola só há uma e tem de ser nossa" daí fundamental retirar o Barça da tal "zona de conforto" que voçe muito bem falou isto é pressão constante para retirar a posse.
    Mais um vez obrigado pelos comentários e um abraço para todos.

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